sábado, 13 de fevereiro de 2010

"Sozinha ela corria pela rua ainda de pedra da antiga cidade. Os lustres século XVII deixavam-na com ares sombrios. Sentia um aperto no peito. Um aperto de amores. Passados ou que estavam por vir? Não sabia.
Sentia que precisava correr. Mais rápido.
Escutava uma melodia harmoniosa que lembrava o som de um acordeon.
A música a tranquilizava e a fazia correr mais.

Subia uma ladeira que parecia não ter fim. As janelas das casas estavam fechadas. O verniz das portas e janelas e a tinta das paredes estavam novos. O cheiro ainda adentrava às narinas sufocante.

Era noite sem lua. E foi sem saber o motivo que ela correu.
Chegou ao pico do morro onde ficava a igreja. 227 degraus. Parou por um instante. Olhou ao redor. Da porta da igreja se via toda a cidade, pensou. Pos-se a subir.

Ao chegar ao topo sentiu um alívio. Olhou a cidade. Um jovem rapaz, com alguma barba, pele branca, olhos verdes e cabelo ondulado sobre um dos olhos, tocava um acordeon suave. Ela sentia os acordes penetrarem seus ouvidos e alcançarem o âmago. E então dançou. Deixou-se levar pelo som. Um pouco de timidez no começo. Mas não se conteve.
Sentiu.
Se libertou.
Não saberia explicar tal sensação.

E, como se fosse delirar, suspirou.

Já era hora de se entregar".

Um comentário:

pequena disse...

;) Eu,de todas as pessoas,gostei.
Porém.. a lua cheia fez falta.