sexta-feira, 16 de julho de 2010

Ode ao passado findo.

Então coloquemos uma pedra.
Ou melhor, uma rocha...
Uma montanha,
Um planeta ou o universo inteiro.
Melhor ainda: que seja engolido por um buraco negro.

Não interessa o que passou.
O tempo findo.
Não quero mais saber de outrora.

Que a aurora do agora é o que me atrai.
Pois o sol não vai embora quando a chuva cai.

Morte ao passado ultrapassado que passou.
E que venha o futuro, mais que esperado.
O futuro de um presente perpassado.
Que na hora do fracasso, superou.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Quero(,) amor,
um pouquinho de atenção.
Um carinho,
um abraço,
um beijo,
um amasso,
Quero te atravessar o mastro
até furar o colchão.

Que amor,
que calor,
que furor,
que aquele meu torpor todo foi embora.

Me acorda.
Sacode a alma.
Ingrata.
Quero te acolher em mim, minha amada.

E que agora,
viva em mim,
torna-te parte integrante de mim.

Mas me deixa fora de Alcatraz.
Pois de lá sou o CEO.

Agora, amor,
eu tenho uma missão.
E que eu veja o clarão.
E que me venha o bujão, o fogão e a televisão.

O que me espera é o mar.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Agora é como escutar uma música calma ao longe.
O céu está mais azul.
E a música vai me deixando tranquilo, aos poucos.

Uma batida leve.
Sinto o vento tocar o rosto.
Meus dedos tem vontade de dançar,
Sinto meu corpo levitar.

Dizem que sou louco.
Por sentir assim.
Mas, agora, eu sou feliz.

E a sensação é de que,
Sempre,
escutarei aquela música a me acalmar.

Agora o que eu quero
Não é pensar no pior.
Eu sinto o melhor.
Ele vem a mim.

Estou tranquilo.
E a música a tocar.
Estou em paz.

Fecho os olhos.
Meu corpo obedece às batidas da canção.

E o que eu quero agora é sentir seu coração.
Descobrir o que quer.
Atender aos seus desígnios.
Entender seus devaneios.
E acordar ao seu lado todos os dias.

Until the end of life.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

O anoitecer frio
nem sequer me reprime.
Ao contrário,
Traz seu abraço que me conforta.

E eu que era tão certo.
Eu que falei "nem pensar".

Tenho sorte.

Sou incerto como uma equação no infinito.
E me surpreendi.
Mais uma vez.

O sol que antes aquecia,
não trás o mesmo calor.

"Hoje fez frio ao amanhecer",
Foi o que me disseram.
E eu nem me lembro quando o senti pela última vez.

E, como um ímã, o calor ficou no metal.
Que aos poucos amolece.
E por pouco não se esquece,
De evitar o trivial.

"Você é meu número".

"E eu...
Eu serei sua(!) vida".

quinta-feira, 18 de março de 2010

Dons, sobre (os) naturais

O que dizer de uma criança de 2 anos que acorda no meio da noite chamando os pais porque quer conversar sobre o império romano? Acha impossível que isso aconteça? Pois aconteceu com um garoto na Europa. A mídia já disse logo que o menino era um gênio e chegou a compará-lo a Einstein.
Realmente, deve ser levado em consideração que o cérebro do garoto é diferente do das crianças ditas "normais". Ele é bem mais desenvolvido. Mas o que aconteceu para haver essa discrepância enorme?
Quando questionado sobre o que queria de natal, emocionado, disse o menino que queria um amigo pra conversar. Afinal, que criança quer conversar? Ainda mais sobre questões históricas e/ou filosóficas...
Tendo em vista que a ciência explica, mas não convence, surgem as explicações religiosas para indagações como as seguintes: Será que todo esse conhecimento vem de uma vida passada? Se vem, como ele consegue lembrar disso? Por que o raciocínio lógico dele é tão rápido e incrivelmente correto? Entre outras...
O Espiritismo, baseado nas experiências de Hippolyte Léon Denizard Rivail, mais conhecido como Allan Kardec, com a ajuda de vários médiuns, mesas giratórias e espíritos superiores, diria que isso é fruto da reencarnação. Com toda a certeza!
Mas, como indagou meu amigo João quando falou da reencarnação em seu blog, se a reencarnação existe, por que não lembramos nitidamente de nossas vidas passadas? Questão complicada.
Pelo dito até agora, podemos até não lembrar nitidamente das nossas vidas passadas, mas trazemos conosco a experiência que nos foi agregada. E quando sentimos a "intuição" podemos estar nos baseando em experiências anteriores (tanto dessa vida como de outra). A intuição é sim um forte indício da reencarnação.
Pensemos na nossa vida hoje: nas suas atitudes do dia a dia, você toma decisões sem se basear em experiências anteriores? Eu espero que não. No meu caso, sempre penso no que já vivi para saber qual será o próximo passo. Porém, por diversas vezes, não sei "onde vou pisar", mas "algo me diz" que eu posso ir. E vou, me sentindo seguro. Isso implica que eu já vivi aquela experiência (ou uma parecida) anteriormente. Se não foi nessa vida, só pode ter sido em outra... Então, eu acabo por me lembrar do que vivi e me baseio nisso para viver agora.
Por outro lado, se lembrássemos nitidamente daquilo que vivemos em outras vidas, talvez não houvesse a evolução tão desejada por nós (espíritos e homens). Pois, talvez, acharíamos que já sabemos demais ou hesitaríamos em dar um passo a diante.
Sei que minha sensibilidade para essas coisas anda apurada nesses últimos dias. E isso mexe comigo. Tenho tentado entender. Mas como é complicado esse (meu) universo.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

"Sozinha ela corria pela rua ainda de pedra da antiga cidade. Os lustres século XVII deixavam-na com ares sombrios. Sentia um aperto no peito. Um aperto de amores. Passados ou que estavam por vir? Não sabia.
Sentia que precisava correr. Mais rápido.
Escutava uma melodia harmoniosa que lembrava o som de um acordeon.
A música a tranquilizava e a fazia correr mais.

Subia uma ladeira que parecia não ter fim. As janelas das casas estavam fechadas. O verniz das portas e janelas e a tinta das paredes estavam novos. O cheiro ainda adentrava às narinas sufocante.

Era noite sem lua. E foi sem saber o motivo que ela correu.
Chegou ao pico do morro onde ficava a igreja. 227 degraus. Parou por um instante. Olhou ao redor. Da porta da igreja se via toda a cidade, pensou. Pos-se a subir.

Ao chegar ao topo sentiu um alívio. Olhou a cidade. Um jovem rapaz, com alguma barba, pele branca, olhos verdes e cabelo ondulado sobre um dos olhos, tocava um acordeon suave. Ela sentia os acordes penetrarem seus ouvidos e alcançarem o âmago. E então dançou. Deixou-se levar pelo som. Um pouco de timidez no começo. Mas não se conteve.
Sentiu.
Se libertou.
Não saberia explicar tal sensação.

E, como se fosse delirar, suspirou.

Já era hora de se entregar".