quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Dancing at the end


Foi num dia chuvoso, como todo clichê, que nos conhecemos. Ela vestia rosas coloridas estampadas num vestido longo de malha amarela. Seus olhos eram como verdes esmeraldas que traziam um brilho que eu não tinha mais. A primeira palavra foi um olá, acompanhado do sorriso sincero de quem não tem o que esconder. Conversamos por alguns minutos, senti a simplicidade de seus dizeres como uma música de melodia suave. Mas era preciso ir embora.

Sem saber onde estava, observei as estrelas no caminho para casa. Me sinto confortável em ouvi-las dizer o que penso. Como quem viaja em pensamentos, planei sobre os ares e me encontrei com as nuvens, que não eram muitas naquele dia. A suave melodia, que ainda sentia me alcançar, não me deixava entender o que elas diziam pra mim. Num leve tropeço caí e me perdi por não saber se queria ir ou ficar.

Ouvi batidas fortes, como as de um bumbo de bateria francesa. O som parecia se aproximar muito rápido. Com medo, não conseguia me mover. Pra mim não havia mais jeito. Guitarras solavam, acordeons bufavam, pianos de calda pulavam. E quando achei que ia morrer, abri os olhos. Ela ainda estava lá.

Um comentário:

Aninha The Best disse...

É muito bom quando o poeta aparece, sempre vem coisas boas. Gostei, parabéns!